terça-feira, 23 de novembro de 2010

Entenda o conflito entre Coreia do Sul e Coreia do Norte

Tensão na península tem origem na divisão de poder após a Segunda Guerra Mundial

A tensão entre Coreia do Sul e Coreia do Norte tem origem na divisão de poder global após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Durante o processo de ocupação das áreas tomadas pelo Japão - um ex-aliado nazista -, os Estados Unidos ficaram com o sul da península Coreana, enquanto a União Soviética estabeleceu suas tropas no norte.

Inspirados pela revolução comunista na China, em 1949, os norte-coreanos decidiram, no ano seguinte, tentar unificar as Coreias por meio de uma declaração de guerra ao Sul. Começava ali a Guerra da Coreia (1950-1953), que tinha de um lado o apoio das tropas soviéticas e, do outro, a participação de militares americanos.

O conflito foi encerrado com ambos os lados voltando para os limites do paralelo 38, a linha imaginária que marcava a divisão inicial entre os territórios comunistas e capitalistas. Apesar da assinatura do Tratado de Pan-munjom ter acabado com as batalhas imediatas, um acordo de paz nunca foi estabelecido, e Coreia do Sul e Coreia do Norte continuam oficialmente em guerra até hoje.

Nas décadas seguintes, enquanto a Coreia do Sul modernizou sua indústria e virou um dos principais países exportadores da Ásia, a Coreia do Norte manteve o sistema comunista de governo, com rígido controle sobre os meios da produção.

Ambos os países, no entanto, continuaram investindo fortemente em suas Forças Armadas. No Sul, o foco estava no treinamento das tropas e na aquisição de caças e tanques americanos. O Norte, por sua vez, desenvolveu um polêmico programa nuclear que culminou, em 2006, com o primeiro teste de uma bomba atômica do país comunista.

O desenvolvimento da arma nuclear pela Coreia do Norte elevou as tensões a um novo patamar na península e provocou intensificação das sanções econômicas da ONU (Organização das Nações Unidas) contra o país. Paradoxalmente, analistas acreditam que a situação só não se desenvolveu em um novo conflito por causa da bomba atômica norte-coreana, que desencoraja um ataque do Sul. 
Mais recentemente, em março de 2010, um ataque com torpedo atribuído a um submarino norte-coreano provocou o afundamento da corveta Cheonan, da Marinha da Coreia do Sul. Ao menos 46 militares morreram na ação, fortemente condenada pela comunidade internacional.

Parte da agressividade da Coreia do Norte pode ser atribuída à constante necessidade de ajuda internacional em questões básicas como alimentação e remédios. O governo norte-coreano, liderado pelo ditador Kim Jong-il, é incapaz de suprir todas as necessidade de sua população e constantemente usa a chantagem militar como forma de conseguir mais recursos. 

As principais tensões com a Coreia do Norte em 2010

Tropas fazem disparos de artilharia contra ilha sul-coreana na região de fronteira do mar Amarelo.
Cientista americano diz ter visto, a convite do governo norte-coreano, uma nova usina de enriquecimento de urânio, com centenas de centrífugas já instaladas.
Em visita oficial à Coreia do Sul, presidente dos EUA, Barack Obama, diz que a postura do país vizinho o levará a apenas "mais isolamento e menos segurança" e reafirma apoio ao Sul
Militares norte-coreanos disparam contra tropas do Sul na Província fronteiriça de Gangwondo.
Coreia do Norte rompe diálogo com a ONU sobre afundamento de navio militar sul-coreano.
Governo afirma que seu arsenal nuclear é uma "preciosa espada". Analistas cogitam um terceiro teste atômico.
País realiza um dos maiores desfiles militares de sua história para apresentar Kim Jong-un, futuro sucessor do ditador Kim Jong-il.
Exército promove Kim Jong-un, filho do ditador Kim Jong-il, a general, em movimento que prepara sucessão.
Coreia do Norte instala mísseis terra-ar de longo alcance na zona da fronteira com a Coreia do Sul.
Afundamento de navio militar sul-coreano, atribuído a torpedo da Coreia do Norte, mata 46 marinheiros.

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